Pelotas perdeu na noite desta sexta-feira (27) uma das referências na luta pela preservação do meio ambiente. O biólogo e ex-professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Maximiano Pinheiro Cirne, morreu em casa após parada cardíaca, por volta das 23h. O velório se encerrou na tarde de sábado e o corpo foi encaminhado para cremação.

Maximiano Cirne foi um dos idealizadores do curso de Ecologia da UCPel e também coordenou por vários anos o curso de Ciências Biológicas. Ao despedir-se do amigo, a bióloga e ecóloga Leila Cheuiche, que chegou a ser orientanda de Cirne, resumiu em palavras o que muitos outros que cruzaram com ele em sala de aula e em estudos gostariam de tornar público: "Foi o melhor professor do curso. Ninguém faltava as aulas dele. Ele contava muitas histórias e a gente adorava". Eram histórias que não só envolviam a turma, como despertavam o ativismo ambiental em muitos outros cidadãos.

A trajetória
Em 1975, graduou-se em licenciatura em História Natural na Universidade Católica e voltou à instituição em 1980, já como professor. Após especialização em Ecologia Humana, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), participou da implantação do curso de especialização e, posteriormente, do bacharelado em Ecologia.

Em 1997, também foi por sua iniciativa a criação do Museu de História Natural. Cirne ainda participou de diversos projetos de pesquisa para a conservação da biodiversidade da região. Em nota, a UCPel lamentou a morte do pesquisador que, ao longo dos anos, levantou alto a bandeira da preservação e, não raro, virou fonte para entrevistas. Ainda em julho bateu o último papo com o Diário Popular.

Maximiano Cirne tinha 69 anos, era casado com Vera Cirne e tinha três filhos: Cristiane, Carlos Eduardo e Max.